A Consulta Pública para avaliar o retorno das aulas presenciais é confiável?!

No dia 19 de maio a Prefeitura Municipal de Itabuna, por meio do Núcleo de Tecnologia Municipal (NTM), lançou uma consulta pública para que os professores, pais de alunos e demais integrantes da sociedade opinassem sobre a possibilidade de retorno às aulas presenciais nas escolas, mesmo em estado de pandemia. A criação da enquete é fruto da pressão que um grupo denominado “Volta às Aulas Itabuna”, organizado, principalmente, por representantes das escolas particulares, tem exercido sobre o Governo Municipal e Câmara de Vereadores. Todavia, a pergunta feita por muitos profissionais da educação é: “esta consulta proposta pela Prefeitura é realmente confiável?!”.

O questionamento levantado pelos educadores possui diversos fundamentos para sua existência. A primeira delas é o fato de que, apesar da boa intenção do Governo em querer ouvir a opinião da população, quem de fato possui autoridade para avaliar se as escolas devem ou não reabrir são as autoridades médicas e sanitárias, que conhecem o grau do perigo que o coronavírus representa em ambientes fechados e aglomerados, como é o caso da maioria das salas de aula de nossa cidade. Inclusive, existem relatórios técnicos do Conselho Municipal de Educação (CME), que atestam que várias escolas, incluindo as da rede privada, não possuem a estrutura adequada de funcionamento e ventilação para a segurança e conforto dos alunos.

Como se não bastasse o aspecto sanitário, a consulta projetada pela Prefeitura é falha, pois não garante o voto real de cada participante. Isso significa dizer que uma mesma pessoa poderá votar dezenas de vezes, bastando para isso, apresentar um “e-mail” diferente, que pode, inclusive ser inventado na hora. Desta forma, é possível que o resultado da consulta não reflita necessariamente os interesses da sociedade, pois como a opinião não está vinculada a um único CPF, por exemplo, é possível ocorrer mutirões de votação para alterar a vontade real dos interessados. Vale destacar, que diante deste cenário, o mesmo grupo denominado “Volta às Aulas” solicitou uma audiência pública na Câmara de Vereadores para discutir o assunto. Este encontro está previsto para ocorrer no dia 27 de maio, próxima quinta, coincidentemente um dia após o findar da consulta da prefeitura, que se encerrará no dia 26 (amanhã).

O SIMPI, enquanto entidade representativa da classe de professores da rede municipal, estará presente e manterá seu posicionamento firme, de que o retorno das aulas presenciais deverá ocorrer, somente, após a vacinação integral dos profissionais da educação em suas duas doses, como também após a comprovação da reestruturação das unidades de ensino a fim de atender os protocolos de segurança estabelecidos pelos órgãos de saúde. “Nosso compromisso é com a vida de toda comunidade escolar. O sindicato está pronto para manifestação judicial contra qualquer medida que vise a retomada das aulas presenciais, ainda que híbridas, sem a apresentação das condições de reforma nas escolas para atender os protocolos de segurança e a vacinação de toda categoria dos professores em suas duas doses” declara a Presidente do SIMPI, Profa. Carminha Oliveira.

Nunca é demais lembrar que Itabuna está com a Campanha de Vacinação atrasada, se comparada a outros municípios da região. Além disso, segundo o próprio boletim diário emitido pela Prefeitura, o município já registrou 533 óbitos causados pela Covid-19, atualmente possui 36 pacientes em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e outras 34 pessoas internadas para acompanhamento clínico.

🖥️ Fonte: Ascom SIMPI

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