Secretária de Educação se omite, não atende professores e deixa carta de consolo

A tensão e instabilidade do Governo Fernando Gomes é tamanha, que nem mesmo a nova Secretária de Educação, Profa. Nilmecy Gonçalves, que fora escolhida justamente para apaziguar a crise da educação municipal, tem conseguido se manter firme em seu propósito. Na tarde desta quinta, 30/08, estava agendada uma reunião entre a Secretária, a Diretoria do Sindicato do Magistério – SIMPI e os professores em desvio de função, cujo objetivo era discutir o atraso salarial destes profissionais, mas a Secretária simplesmente não compareceu ao encontro.

Horas antes da reunião, a Presidente do SIMPI, Profa. Maria do Carmo Oliveira (Carminha) recebeu, informalmente, um comunicado da Secretária Nilmecy Gonçalves, afirmando que em virtude da greve deflagrada pela categoria de professores na manhã de ontem, 29/08, a “possibilidade de abertura de caminhos parecia suspensa”, dando a entender que o canal de diálogo para negociações entre sindicato e governo estará fechado, enquanto a greve dos professores perdurar. A Diretoria do SIMPI lamenta que a representante governamental tenha se recusado a receber os professores em desvio de função, uma vez que tal segmento já vem sendo penalizado com problemas de saúde e atrasos salariais. “Desde o mês de abril que os professores em desvio de função estão sofrendo atrasos de salário. A antiga Secretária mudou estes profissionais de folha e viemos negociar o retorno deles à folha do FUNDEB, mas infelizmente hoje não fomos recebidos pela Profa. Nilmecy”, afirma Carminha Oliveira.

No ofício enviado ao SIMPI, a Secretária justifica que algumas das reivindicações do sindicato não foram atendidas por falta de tempo, uma vez que assumiu a gestão há sessenta dias. Todavia, conforme histórico de convocações do sindicato, a categoria de professores já se encontrava em indicativo de greve não apenas pelo atraso de salário, mas também pela morosidade do governo em discutir o reajuste salarial de 6,81% dos professores de níveis II e III, que é devido desde o mês de abril. Segundo a Presidente do SIMPI, Carminha Oliveira, a tramitação do projeto de lei que pretende implantar o regime estatutário no município, tem impulsionado a insatisfação da classe. “Compreendemos que a Secretária assumiu há pouco tempo, mas os problemas de gestão são anteriores a ela e poderiam ter sido resolvidos pela equipe do Prefeito. Estamos correndo risco de perder o direito ao Fundo de Garantia, parte da categoria está há quase dois meses sem receber salário e ainda não tivemos qualquer avanço em nossa campanha salarial. A greve é um reflexo do descaso do governo e não, necessariamente, da atual Secretária”, declara a sindicalista.

De acordo com a Direção do SIMPI a greve deverá se iniciar na próxima segunda, 03/09, tendo em vista que foi uma decisão tomada em assembleia. Para a líder do magistério itabunense, a recusa da secretária em receber o sindicato e os professores só dificulta a restauração de um diálogo. “A assembleia é soberana. A greve foi deflagrada, mas em respeito à legislação só se iniciará na segunda. A Secretária, que ainda não se apresentou à categoria, se recusou a nos receber e, contraditoriamente, nos envia um ofício-carta afirmando que ‘acredita no diálogo’. Sem duvida, essa postura pode refletir diretamente na duração da greve”, finaliza Carminha Oliveira.

Fonte: ASCOM SIMPI

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